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Moradores da Vila Elizabeth lembram vizinhos assassinados e pedem paz


Foto: Poli Einsfeld

​​A violência que vitimou 4 pessoas da mesma família deixou o luto e o medo estampados nos rostos de quem mora na Vila Elizabeth. A ansiedade antes do anoitecer e a insônia são companheiras desses moradores, que buscam na fé um conforto para poder ficar em paz dentro de suas próprias casas.

Na tarde do último domingo (15), moradores realizaram encontro para lembrar dos vizinhos assassinados e protestar por segurança. Organizado pelo Coletivo Abrigo junto à comunidade, a celebração trouxe música, poema e orações para o Beco da Vila Elizabeth. A tragédia uniu os moradores em busca de conforto e voz para denunciar a falta do estado na comunidade. “Foi importante o encontro de hoje, reuniu os vizinhos, gente de todo o tipo de religião e outros vizinhos que mal vemos, mas estavam todos aqui para orarmos juntos.” comenta a moradora da Vila.

Foto: Poli Einsfeld

Na quinta-feira, 12/01, três irmãos e um primo foram retirados de casa e executados no meio da rua, por homens que se apresentaram como policiais. Por volta da 1h da madrugada, mais de 50 tiros eclodiram na rua, que conhecia a família como bons vizinhos. “Pra nós ainda é chocante, eram pessoas com quem convivíamos desde de pequenos, pessoas que iam da casa pro trabalho e do trabalho pra casa que passavam por nós e cumprimentavam e que não vamos mais ver passar. “, afirma uma moradora.

Foto: Poli Einsfeld

Cristiano Juver, Fernando Juver dos Santos, Marcelo Juver dos Santos e Lucas Nascimento dos Santos não tinham antecedentes criminais e o consenso na comunidade é de que eles foram mortos por engano. “Eles [os atiradores] anunciam que vão voltar e dessa vez entrar na casa certa e não sabemos que casa é, podem entrar novamente na casa de qualquer um. Em pleno século XXI vivemos nesse dilema, de uma casa certa para morrer. O que nos resta é a esperança em Deus, que Ele tenha piedade de nós e dessa forma é que nos despedimos todas as tardes entre os vizinhos, desejando uns aos outros que nessa noite nada nos aconteça e dessa forma nós vamos vivendo”, comenta a moradora.

Foto: Poli Einsfeld

Foi o clamor de insegurança que motivou o Coletivo Abrigo para organizar esse encontro. “Nossa igreja tem construído um trabalho junto à comunidade da Vila Elizabeth. Nossos membros moram e tem família aqui. É muito triste que essa comunidade, que essa família tenha perdido quatro pessoas de uma maneira tão violenta. Se um crime desse porte acontecesse em um bairro nobre de Porto Alegre, a cidade inteira estaria comovida. Mas, como é por aqui, não há mídia e a senhora delegada ainda duvida que o crime tenha ocorrido por engano. “, alerta o professor e membro do Abrigo, Jonathan Zotti da Silva.

Foto: Poli Einsfeld

O Coletivo já havia organizado outras ações no Beco da Vila Elizabeth, na tentativa de unir a comunidade em prol de causas sociais e atividades artísticas. Porém, a reunião deste domingo teve menos sorrisos, todas as atividades eram paliativas para tentar amenizar a dor e medo dos moradores. “ Temos tentado realizar eventos alegres nesse beco, mas hoje o clima é triste. Queremos que essa comunidade tenha paz. “ lamenta, Jonathan.

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